terça-feira, 29 de maio de 2012

Fantasmas

Não consegui dormir esta noite...
Mil fantasmas vieram me assombrar
E me fazer lembrar de tudo,
E do quanto eu fiz você sofrer
Mesmo sem a menor intenção...
Lembrei de cada palavra não dita,
Cada gesto mal interpretado,
Cada carinho não trocado...
E os fantasmas continuam caminhando
Barulhentamente, pesadamente,
Arrastando coisas pesadas,
Levantando a peira do passado
Estilhaçando as boas lembranças,
Fazendo eu me sentir ainda mais culpado
Do que eu realmente sou.
O dia amanhece,
E o sol tenta entrar pela janela,
Mas uma cortina de fumaça impede,
Gotas de orvalho disperçam a luz,
Dando a impressão de que
Os fantasmas se materializaram
E formam uma massa densa
Que se mistura ao orvalho e à neblina
Tornando ainda pior o que passou...
E não adianta chorar,
E chorar já não faz o menor sentido
Já que os fantasmas deixaram de ser fantasiosos
E passaram a ser lembranças físicas,
Existentes e imutáveis
Como foi tudo o que passou...
(por Aldo Junior)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Perfeitamente imperfeito

Você sabe que eu sou
Perfeito pra você,
Já que as minhas imperfeições
Completam as suas imperfeições...
Eu tenho inveja
De quem você ama...
Eu queria o seu amor
Somente pra mim;
Eu tenho raiva, ódio,
De quem ama você,
E fico cego de ira
Quando alguém rouba
A sua atenção de mim
Eu tenho fome de você
E essa é a gula mais gostosa
Tenho fome do seu corpo, do seu sorriso,
Do seu cheiro, do seu gosto...
E me deixo repousar
Nos braços da luxúria
E me lambuzar
No mais gostoso prazer
De envolver você nos meus braços
De te deixar com preguiça
Para ter a avareza do seu beijo
Só pra mim...
Adoro ter a vaidade do seu amor
Assim, consigo perceber
Como é bom ter esta imperfeição
(por Aldo Junior)

Depois

Depois que toda a agitação passou,
E eu pude ver o estrago causado,
Não pude deixar de perceber que
Você deixou marcas profundas,
Conseguiu destruir muita coisa,
Mas, o principal você não destruiu,
Eu ainda estava alí, de pé,
Pronto para me reconstruir,
E apagar você de vez da minha vida.
E foi aí, então, que percebi
Que você nunca fez parte, que
Não é essencial, na minha vida
Mas, mesmo assim, construí você
Da maneira que eu achei que fosse...
Não me doeu a manira
Como você foi embora,
Mas a maneira que você
Você me fez acreditar
Que você era essencial...
Depois que eu abri os olhos,
Uma nuvem densa se desfez
E caíram as máscaras...
Depois de tudo,
Ainda tenho a mim
E é isso que importa!
(por Aldo Junior)